Comunidade Terapêutica
Temos o objetivo de reintegrar à sociedade homens maiores de 18 anos, dependentes químicos que desejam mudar o rumo de suas vidas e precisam de apoio para fazer isso acontecer. Em nosso projeto, oferecemos todo o suporte necessário seja ele, espiritual, moral, social ou individual, sabemos que a história de cada um foi escrita pelas drogas, crimes, e infelicidades. Mas hoje eles querem mudar isso e escrever um novo futuro, e estamos aqui com papel e caneta para ajudá-los nessa jornada.
No projeto, recebem amparo moral, social e espiritual. No passado, tiveram uma vida que as conduziram ao uso abusivo de drogas, ao crime e destruição de suas famílias, mas hoje desejam escrever uma nova história…
É aí que entra o projeto, acolhemos como residentes por um período de 9 meses (Uma gestação de um novo nascimento), qualificamos e empoderamos para que possam estruturar um novo caminho social, emocional, profissional e espiritual, chegando ao sucesso a partir de suas novas escolhas. Transformar pessoas desacreditadas com metodologias adequadas desenvolvidas ao longo de 20 anos é a nossa missão no projeto.
O que é uma comunidade Terapêutica
O livro de Frederich B. Glaser: “As origens da Comunidade Terapêutica sem drogas: uma história retrospectiva”, defende a idéia de que elas existem há mais de dois mil anos.
Uma comunidade de essênios em Qumran, que reunia pessoas com “problemas da alma” (temores, angústias, descontroles emocionais, paixões desvairadas), tinha uma “Regra da Comunidade” ou “Manual de disciplina”, muito parecido com as normas existentes em nossas Comunidades Terapêuticas.
Mais tarde movimentos registrados na Inglaterra e nos E.E.U.U. (Grupos Oxford, A.A., Sijnanon e Day Top), apresentavam todos uma clara motivação ética e espiritual e, até hoje, influenciam uma parcela considerável de Comunidades Terapêuticas em todo o mundo. Em 1953 o psiquiatra escocês Maxwell Jones propôs o que foi denominada de “3ª Revolução na Psiquiatria”. A Comunidade Terapêutica proposta diferia em tudo dos hospitais psiquiátricos então existentes. Estes apresentavam uma estrutura rigidamente hierarquizada e que atuava de modo autocrático. Havia muito pouca comunicação entre as pessoas dos diferentes níveis e uma passividade dos internos, mantidos na ignorância do que se passava ao seu redor e, principalmente, em relação ao seu tratamento.
A proposta de Maxwell Jones, realmente revolucionária, era a de democratizar essa estrutura diminuindo drasticamente a separação entre os diferentes níveis, estimulando a comunicação entre todos os membros, incluindo todos (inclusive o ambiente) no processo terapêutico, fazendo com que os internos participassem da condução do dia-a-dia da Comunidade. As Assembléias Gerais com a participação dos internos, todos com o direito de perguntar e de expor suas idéias, garantiam a manutenção dos objetivos propostos.
Os resultados alcançados foram bons, mas a prática indicou algumas correções de rumo, sem prejuízo das diretrizes básicas. Maxwell Jones havia ressaltado a participação ativa dos internos na própria terapia, a comunicação social democrática e igualitária, o envolvimento de sentimentos, permitindo a redução de tensões sociais.
Elena Goti, em 1997, lembrando que a CT não se destina a todo tipo de dependente, diz que ela deve ser aceita voluntariamente e que o residente é o principal ator de sua cura, ficando a equipe com o papel de proporcionar apoio e ajuda.
George De Leon, em 2000, enfatiza que a CT é uma abordagem de auto-ajuda, fora das correntes psiquiátricas, psicológicas e médica. Fala sobre a natureza terapêutica de todo o ambiente, sobre sua grande flexibilidade, no enfoque da pessoa como um todo e diz que é um processo a longo prazo, que deve resultar em mudança pessoal e no estilo de vida. Finalmente, adverte sobre o perigo de serem introduzidas práticas que contrariem a essência da proposta da CT.
A Comunidade Terapêutica para o dependente químico, graças à sua grande flexibilidade tem sido adotada em países com diferentes formas de governo, de culturas diversas, de vários graus de desenvolvimento e de religiões diferentes.
Quando seus princípios básicos são respeitados os resultados obtidos são bons, o que explica sua multiplicação constante em todos os continentes.
Bibliografia Básica
1. DE LEON, George. A Comunidade Terapêutica: Teoria, Modelo e Método. Ed. Loyola, 2003;
2. FEBRACT. Drogas e Álcool – Prevenção e Tratamento. Ed. Komedi, 2001;
3. GOTI, M.E. La Comunidad Terapéutica – Um desafio e la droga. Ed. Nueva Vision, 1990.
Antes mesmo de ser fundado, esse mesmo grupo de pessoas já realizavam ações de intervenções sociais que transformavam famílias inteiras e criavam pontes entre os que podiam ajudar e os que precisavam de ajuda através de uma rádio comunitária. Mas somente em 2001 a ONG se formalizou.